segunda-feira, 1 de junho de 2015



Coisa de junho. Só pode. Fogueiras, cheiro de milho e essa fumaça de pólvora trazida pelo vento, adentrando minhas narinas e ativando as tais memórias afetivas. Começo a lembrar de uma noite risonha, entre silêncios, olhares e sorrisos, você me fitava com uma carinha de quem tinha me achado uma louca, mas que gostava do que tava conhecendo. 

Aquela noite, ao som da boa música, fotografias e piadas de gordos foi só o começo do que se estenderia até hoje, meados de junho de 2012. E me assusto ao reparar no ano. Pois é, foi há quase 2 anos. Esse tempo louco, com um sol escaldante e de repente uma chuvinha marota, também me remete a um dia na praça Marcílio Dias, uma noite tão regada a vinho que até tua camisa voltou pra casa com a tonalidade do tal safra ruim. 

Ainda ontem resgatei a história do PM Box que fomos nos abrigar da chuva, depois de ter ‘fugido’ no meio do show pra parada de ônibus mais próxima e, sem pretensão alguma, pegarmos o primeiro ônibus que passou e que, pra ser bem sincera, foi o segundo, visto que o primeiro nos levaria até o aeroporto. Sinto que era um aviso pra que alçássemos voos maiores; quem sabe se houvesse coragem de minha parte, não poderíamos ter chegado longe agora. 

Escrevendo a palavra longe, automaticamente, me veio a cabeça os dias mágicos em João Pessoa. Digo “mágicos” porque foram os dias mais felizes e mais tristes. Felizes porque, pode-se dizer, foi a semana mais risonha de nossas vidas. Nos grudamos, nos cuidamos, nos queremos. E tristes, porque após os felizes, culminaram em fins. Fins que se sucediam a cada reencontro. E escrevo tudo isso com esses olhos antes brilhantes, agora marejados, quase sem enxergar o teclado do computador. 

É como se rolasse um maldito arrependimento no meio desses meus pensamentos saudosistas. Mas não me sinto assim. Não me sinto arrependida. Sinto mesmo é uma puta saudade do que era nosso convívio louco. Nossa oscilação estratosférica, que ninguém entendia. Nosso desejo de estar perto e de nos repulsar em questão de centésimos de segundos. Aquela coisa tão feia, tão bonita. 

O fato é que junho tem me trazido muito de você. O Fonseca, a Hilda, um celular antigo com mensagens antigas, uns e-mails, esses arquivos de música que bem poderiam chamar-se ‘máquina do tempo’.

*Computador precisando de uma limpeza, cá estou encontrando escritos. Justamente em Junho.

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