quinta-feira, 28 de março de 2013

Diariamente me dou ao trabalho de nutrir trocentos hábitos que vão desde abrir pastas com textos antigos num e-mail, até esbarrar sem querer em você na lanchonete da Universidade, mesmo que não exista a possibilidade de haver sequer uma imagem sua ali e eu esteja ainda no meu quarto, me preparando pra sair, de olhos concentrados, imaginando essa cena.
E sempre torço para que seu salgado caia, o suco de maracujá molhe sua roupa, talvez assim lhe mostrando como forma de algum sinal-moderno-urbano que em nenhum momento te esqueci e vá te ajudar a se enxugar ou pegar o salgado no chão, mesmo ouvindo um “obrigado” distante e sem vontade, respondendo ternamente um “nada” e pensando se você lembrou que outrora uma camisa sua foi tomada por vinho e depois virou uma camisa do Pessoa, mas nesse dia eu estaria sem sorte, provavelmente.
Eu não preciso procurar seus olhos, mãos e cabelos macios, não sei se é Deus, Buda ou Maomé brincando de coincidências com nossas peças, mas elas sempre tendem a se entreolhar, antes de uma comer a outra e não podermos mais continuar no mesmo tabuleiro. 
Cheque todas as fechaduras, de portas e janelas. Verifique cada fresta sem medo de o jogo virar.
E cheque-mate-me.
Nos matemos.

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