quinta-feira, 28 de março de 2013

Mesmo não tendo apego algum às datas, me peguei contando os dias, me perguntando há quando tempo não nos vemos ou nos falamos. Há quanto tempo você me olhou daquela forma terna, tentando esconder o Amor que eventualmente sentia por mim. Digo “sentia” por não saber o que se passa contigo, na tua cabeça. 
Sei que muita coisa mudou, só não sei se o Amor passou. 
Há três minutos me pergunto o dia, o mês, o ano... não faço ideia. 
Pra mim você continua lá, saindo da salinha clara, indo a aula, indo dar aula, passando no COS a caminho do CTEC e, com toda certeza, lembrando de mim ao respirar aqueles ares universitários tão nossos. Com aqueles grilos e frios noturnos, com aquelas árvores tão agitadas quanto ficaria nosso coração, caso nos cruzássemos num daqueles caminhos cinzas. Sinto falta. Aprendi a compartilhar o melhor da vida contigo. Mesmo você sendo um tanto grosso, chato, gordo e carrasco. 
Sinto falta de mostrar o som legal que descobri. De analisar as letras de música contigo e soltar a frase: “ouve esse baixo!”. Falta de te mostrar o texto meio capenga que escrevi e que ainda nem ficou pronto. Falta dos saraus que nunca existiram, das palavras que nunca disse (mas que pensei), da mão gorda, do cabelo macio, do sorriso tímido, da barba bem feita, do buchinho, do cadarço sempre desajeitado, quase desamarrando... sinto falta até dos foras que levava. Tão distintos, tão iguais. 
Sinto aquele abismo cavado ou mesmo um muro erguido entre nós. Entre nossos olhos. O medo de encarar e de saber que o olhar ainda espeta a alma. Saber que está perdendo tanto, embora esteja aprendendo muito. 
Ir aos sebos do paredão e não conseguir pensar em outro alguém. Não conseguir ouvir Tiê e Chico César sem lembrar do quanto gostaria de estar ali, dividindo o fone contigo, em alguma ladeira a caminho de casa, mesmo sabendo que uma hora ou outra a letra da música nos jogaria uma ironia tímpano adentro, te fazendo recusar letra e melodia retirando o fone do ouvido. 
Surreal mesmo é ter noção de que já faz mais de um ano e não me dar conta de que devo esquecer, que o give up já foi dado há tempos e achar que algum dia tudo será risonho, chato, insistente e feliz novamente. 
Tola, me prendo a essa esperança inventada por mim. É o que alimenta todas as leituras e escritas, os sites, frases e sons novos que descubro e que tanto quis dividir contigo. 
Já cansei de ouvir historias pro fim de tudo entre nós, do quanto fui prega e filha da puta, por ter sido sincera. 
Não canso de gritar aos sete ventos e quatro cantos que a gente tem que fazer aquilo que a gente sente vontade... tudo o que foi feito, foi de minha vontade. Eu sabia dos seus sentimentos, também tinha os meus. Não queria me afastar, nem queria que pensasse que eu estava te iludindo. No fundo, tudo se transformou numa grande confusão. 
Vez ou outra abro meu e-mail e fico perdida num mundo de fantasias, lendo teus pensamentos e desesperos, achando que nada daquilo foi vivido por mim... 



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